De vela em um candelabro no canto da sala e o perfume de incenso com cheiro de jasmim. Caricias, beijos de selinhos, cheiros, toques... a dança das mãos sobre finos tecidos da pele, beijos que agora ardem...tropeços, respiração ofegante. Ela segura a cabeça dele e o beija ardente, línguas, salivas, calor, o encontrar de um beijo correspondido. É ardente é suave e sensível. Mais toques e caricias, ele diz baixinho, vamos nos prevenir, ela consente e auxilia na tarefa coletiva do cuidado...entra, sai, entra, sai, entra...ele balbucia em seu ouvido: como você gosta? Ela responde também em sussurros...de todas as formas...os corpos se grudam forte, não havendo espaço para respirar, até o ar encontra em dificuldades de se fazer presente. Palavras quase não saem entre lençóis e travesseiros, e ambos desfrutam do movimento hora suave, hora mais forte do vai e vem dos corpos onde os lábios se tocam sutilmente provocando mais prazer... Todos os pelos dos corpos se levantam para reverencia o espetáculo de entre laços de dedos, mãos, braços, troncos, pernas, pés...mais toques, mais cheiros, apertos, mordisco...É ato de amar, é prazer da carne e alimento da alma. Suor cansaço, loucura, movimentos frenéticos de entra e sai, suaves, fortes...movimentos. As paredes e tudo que coabitam no ambiente fecha os olhos para não invejarem do prazer alheio. Os seios entumecidos como uma fruta fresca, um pêssego a ser sugado seu néctar, assim como as cavidades úmidas de suor e líquidos, ouve-se gemidos, silencio, cheiro de amor que invade a atmosfera, e os corpos caem cansados de amar. A cabeça apoiada no peito molhado e o coração acelerado...um afago no cabelo, é hora de descansar.
(Marli Aguiar – Poesia - Publicado na 3ª Coletânea Literária e Arte Feminina Negra – Erupção Feministas Negras – Coletivo Louca Deusas 2020)
AVISO: Esta obra é parte da mostra virtual "Letras Negras: Quem fala a língua dos negros?", e é propriedade intelectual dos artistas citados. Não reproduza sem autorização.
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